Quimiotipos

Escrito por Wagner Azambuja

 

Quimiotipos

 

Uma planta, para se adequar ao clima, tipo de solo, altitude e outras condições de uma determinada região, é capaz de modificar a sua estrutura química sem afetar de maneira significativa o seu fenótipo – que são todas as características visíveis de um organismo. Isto quer dizer que ela, com o objetivo de se adaptar a um ambiente particular, pode dar origem a uma “variedade” quimicamente nova, com propriedades morfológicas idênticas ou muito semelhantes àquelas da mesma espécie. O quimiotipo (QT), então, refere-se a esta “variedade” ou a raça química da planta – classificação esta de grande importância para os óleos essenciais uma vez que isto afeta diretamente seus ativos e, conseqüentemente, todas as suas propriedades.

O alecrim (Rosmarinus officinalis), por exemplo, possui três quimiotipos principais, o QT1 normalmente vindo da Espanha e que apresenta alto teor de cânfora – um estimulante mental, o QT2 produzido na França, Inglaterra e Índia com maior teor de 1.8-cineol ou eucaliptol – um poderoso expectorante e descongestionante e o QT3 extraído somente na França cujo ativo majoritário é a verberona – que atua em problemas hepáticos e de vesícula.

(*) o conceito de quimiotipos (QT) ou raças químicas foi introduzido por Pierre Franchomme em 1975;
(*) em inglês, os quimiotipos são representados por CT (de ChemoType);
(*) de acordo com vários estudos, plantas da mesma espécie que apresentam quimiotipos diferentes mantém seus QTs por vários anos mesmo quando cultivadas lado a lado.

Mostrando 3 comentários
  • Simone
    Responder

    Muito interessante o fato de fatores externos entre outros, influenciarem na modificação da estrutura da planta sem que a mesma perca suas propriedades terapêuticas. É isso mesmo que entendi?

    • Daniel Miranda
      Responder

      Simone, não é exatamente isso que ocorre. As estruturas químicas de uma planta, pelo contrário do que você sugeriu, são extremamente importante nas diferentes propriedades das plantas, inclusive as terapêuticas.
      Se uma planta, de mesmo fenótipo, possui um Quimiotipo diferente, cada Quimiotipo apresentará propriedades diferentes – podem até perder algumas propriedades.
      Um exemplo foi dado no texto a respeito do Alecrim, onde cada Quimiotipo possui um componente majoritário, fazendo com que a planta tenha diferentes propriedades em relação a outra de mesmo fenótipo. 🙂

  • Rafael
    Responder

    Muito bom! parabéns, continue este trabalho.

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