Perfumes – Notas Alaranjadas, com Óleo Essencial de Neroli

Notas Alaranjadas, com Óleo Essencial de Neroli

 

A laranja amarga (Citrus aurantium), também conhecida como laranja-de-sevilha, laranja-silvestre e laranja-da-terra, é originária da Ásia tropical e atualmente vem sendo cultivada em vários países. Planta da Família das Rutáceas, trata-se de uma árvore de porte pequeno ou médio, que atinge de 6 a 10 metros de altura. Apresenta copa densa e em formato esférico. Os caules são espinhosos e as folhas são simples e alternas. Já o fruto possui casca grossa e coloração alaranjada, tendendo ao vermelho à medida que amadurece. As flores, por sua vez, são axilares, brancas e muito perfumadas – são elas as responsáveis pelo perfume indescritível que inunda as ruas da cidade de Sevilha, na Espanha, quando as laranjeiras estão floridas na primavera. Com relação às propriedades medicinais dessa árvore, sabe-se que, além do fruto, suas folhas são usadas em infusões como carminativas (auxilia na digestão) e antitérmicas em casos de gripes e resfriados. Já as flores são sedativas e antiespasmódicas; e o epicarpo do fruto (a camada externa) é usado como regulador da digestão. O óleo essencial de neroli é obtido a partir da flor da laranjeira amarga e “vale ouro” no mercado de óleos essenciais. A lenda conta que o termo “neroli”, usado para designar a flor da laranjeira, surgiu no século XVII devido a paixão de Marie-Anne de la Trémoille pelo aroma dessa flor. Marie-Anne, naquela época era a princesa da “cidade de Nerola” e sempre perfumava suas luvas com essa doce e deliciosa fragrância. Com o tempo, as pessoas começaram a associar a flor à jovem princesa, o que resultou nessa troca de nomes.

O óleo essencial de neroli é um líquido amarelo pálido que apresenta uma fragrância floral-doce animalizada, com uma nota terpênica na saída. Já o seu absoluto, extraído por solvente das flores frescas picadas, é um liquido viscoso marrom-escuro ou laranja com uma fragrância refrescante, delicada, igualmente floral-doce animalizada. Integra à família olfativa das notas alaranjadas ou laranjas e seus constituintes são: linalol (aproximadamente 34%), acetato de linalila (6-17%), limoneno (aproximadamente 15%), pineno, nerolidol, geraniol, nerol, antranilato de metila, citral, indol, entre outros, presente na composição dos perfumes N°19 (1970), de Chanel, Le Baiser Du Dragon (2004), de Cartier, She Wood (2008), de DSQUARED2, Born Wild for Men (2010), de ED HARDY, Escale aux Marquises (2010), de Dior entre outros.

N°19 (1970), de Chanel

 

O perfumista Henri Robert sucedeu Ernest Beaux (criador do Nº 5) na criação do Chanel N° 19 , o mais recente perfume escolhido pessoalmente por Gabrielle Chanel. Ela queria um conceito arrojado. O perfumista capturou notas verdes em sua fórmula, incorporando a íris, matéria-prima caríssima de Florença. A íris traz para o N° 19 uma certa feminilidade. Gabrielle Chanel nasceu aos 19 de agosto, sob o signo de Leão, e escolheu esse número para lançar o perfume. Misturando o verde do gálbano do Irã e o floral do neroli de Grasse, a nota de coração alcança sua plenitude com a rosa de maio e a íris de Florença. O fundo, por fim, traz um rastro de aroma forte obtido do vetiver e do cedro de Virgínia.

She Wood (2008), de DSQUARED2

 

Este perfume apresenta uma fragrância floral amadeirada baseada em três aromas: leve, seivado e amadeirado. O aroma leve mistura o limão, o jasmim e o neroli. O aroma seivado mistura a violeta, o heliotrópio e o almíscar. E o aroma amadeirado, por fim, une o vetiver, o cedro e o âmbar. Perfumista: Daphné Bugey, Firmenich.

Born Wild for Men (2010), de ED HARDY

 

Born Wild for Men revela inicialmente notas efervescentes e apimentadas de laranja cara (um cruzamento entre a laranja de Washington e a brasileira), maçã, cardamomo e pimenta. O seu coração mistura um aroma de café, mesclado com um toque floral de jasmim e neroli sendo refrescado com notas de ozônio. Já o fundo vem em notas amadeiradas de sândalo, palo verde, uma misteriosa árvore negra com espinhos afiados bem definidos e galhos verdes azulados, e ambreta, uma nota almiscarada. Perfumista: Olivier Gillotin, Givaudan.

Escale aux Marquises (2010), de Dior

 

A fragrância revela-se em aromas frescos e cítricos; uma sensação que ela conserva por bastante tempo em sua evolução, sendo a gardênia o aroma-chave do perfume. Alguns traços de especiarias combinadas fazem uma ligação com o aroma floral doce (neroli, morango), predominante. Por fim, o fundo suave e ligeiramente balsâmico lembra a praia, verão ou pele queimada pelo sol.

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